Culto dominical termina em pancadaria

Fonte: Jornal de Angola



A Igreja Assembleia de Deus Pentecostal, no bairro Calundo, arredores da cidade do Huambo, foi palco, durante o culto do último fim-de-semana, de cenas de pancadaria protagonizadas por pastores, obreiros e fiéis, que resultou em ferimento de muitos membros, que foram socorridos no centro de saúde do mesmo bairro.


O desentendimento instalou-se, segundo alguns membros da organização, devido à falta de transparência no que toca à gestão dos fundos por parte do líder da igreja, o pastor José Salcão Braga, que pelo facto foi destituído do cargo pelo pastor presbítero regional da mesma igreja, Daniel António. Tal mexida criou descontentamento no seio dos membros da congregação que apoiam o pastor destituído, provocando o caos no culto de domingo.

Falando à Rádio Huambo minutos depois do sucedido, alguns fiéis mostraram-se insatisfeitos quanto à forma pouco transparente como eram geridos os fundos da igreja pelo pastor José Salcão Braga e asseguraram que enquanto não for esclarecido o paradeiro dos fundos usurpados “indevidamente, as portas da igreja não voltam a ser abertas”.

O evangelista Vitorino Bamba afirma que o conflito foi originado pela expulsão do pastor fundador da congregação do bairro Calundo, José Salcão Braga, segundo ele por razões não esclarecidas, o que criou revolta no seio dos crentes que queriam saber as causas da expulsão do mesmo, que trabalha com a congregação desde 1974.

O pastor presbítero regional da Igreja Assembleia de Deus Pentecostal, Daniel António, que além do Huambo abrange as províncias do Bié, Moxico, Kuando-Kubango e Cunene, diz que o pastor José Salcão Braga é reincidente em atropelar os estatutos da igreja.

“José Salcão Braga é reincidente. O seu comportamento foi negativo e durante a década de 80 foi repreendido e disciplinado durante dois anos, pelo facto de, na ausência do seu superior hierárquico, ter realizado sem autorização baptismos que não eram da sua responsabilidade”, afirma.

Daniel António realçou que o pastor destituído foi cometendo outros erros intoleráveis naquela comunidade religiosa e não queria obedecer às orientações da igreja, pretendendo ser autónomo. Em Agosto do ano passado foi ouvido pela direcção-geral da igreja e foi novamente advertido.

Em Outubro do ano passado, depois da colocação pela direcção da igreja de um pastor adjunto na congregação que ele dirigia, o pastor destituído, segundo Daniel António, foi ao banco, retirou todo o dinheiro que se encontrava nas contas da igreja, sem revelar o montante, e também se apropriou dos equipamentos de som que a igreja comprou, quando se apercebeu que seria demitido.

Em Fevereiro, a igreja reuniu para analisar o caso do pastor em causa, onde se elaborou uma acta para ser lida na assembleia de domingo passado, mas alguém que fez parte da elaboração da mesma avisou o pastor José Salcão Braga sobre o que havia de suceder.

No dia da leitura da acta, o pastor Braga convidou toda a sua família para ir à igreja agredir o pastor superior, Daniel António, o qual não se encontrava na província do Huambo, frustração que causou o atrito entre os fiéis das duas facções.


Minha Obs:
 Essa é uma cena de 2011, mas que não deixa de ser actual em muitas ''igrejas'' espalhadas por Angola. Triste o rumo que as ''igrejas'' estão a seguir.

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